Campanha é celebrada anualmente para incentivar a compra de roupas em segunda mão e reduzir os impactos da indústria têxtil.
No calendário global da moda, setembro é um mês e tanto!
Enquanto as renomadas fashion weeks de Nova York, Londres, Milão e Paris apresentam as novas coleções primavera/verão que definem tendências no mundo inteiro, setembro também se tornou o mês da “moda circular” ou “second hand”: movimento que nasceu para revolucionar a indústria fashion!
Em poucas palavras, a ideia do “Second Hand September” é incentivar durante 30 dias a reutilização de roupas e as compras de segunda mão como alternativa sustentável ao consumo convencional.
Quando surgiu a data?
Primeiramente, vamos falar sobre o “Second Hand Day”… A data é celebrada no dia 25 de agosto e foi criada em 2017 pela plataforma suíça de vendas online “Ricardo”, em parceria com outras empresas, para promover o consumo consciente.
Com o tempo, a campanha passou a ser reconhecida em outros países, principalmente na Europa, onde o movimento em prol da economia circular é forte.
Por ser no fim de agosto, a data tornou-se significativa por marcar a transição para o outono na Europa, momento em que as pessoas renovam seus guarda-roupas.
Dois anos depois, a ONG britânica Oxfam criou o movimento global “Second Hand September” que define setembro como o mês do second hand e da moda circular de forma mais ampla, incentivando as pessoas no mundo inteiro, durante 30 dias, a consumirem roupas apenas em brechós, doarem e fazerem trocas.
Setembro também se alinha ao retorno das atividades após o verão no hemisfério norte, como volta às aulas e trabalho, período tradicionalmente associado a compras.
Os impactos sociais e ambientais do fast fashion
Antes de tudo, precisamos falar de “fast fashion”: a causa de, hoje, precisarmos falar de second hand para o mundo. O termo (“moda rápida” em tradução literal) define as rápidas mudanças na moda por grandes empresas da indústria têxtil, que causam impactos no mercado, na sociedade e no meio ambiente.
Se por um lado a moda é “rápida”, por outro, os impactos ambientais são duradouros, ou até mesmo, permanentes! A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo.
Veja alguns resultados do fast fashion:
Desperdício e poluição
Um relatório de março de 2023 do PNUMA aponta que a indústria da moda é responsável por 10% da emissão total anual de carbono no planeta e que a produção e consumo de roupas hoje aumentou 60% desde os anos 2000.
Outro ponto é que para tornar o preço baixo, a produção é muitas vezes feita com poliéster, fibra sintética e barata feita de petróleo, combustível fóssil não renovável, que leva centenas de anos para se decompor.
Sem contar o consumo exacerbado de água. Para produzir uma única camiseta de algodão são necessários cerca de 2,7 mil litros de água.
E o pior é que depois de todo esse desperdício, as pessoas compram essas peças e usam apenas pela metade do tempo.
Más condições de trabalho
O fast fashion depende não somente de materiais baratos, como também, mão-de-obra barata.
Nesse modelo de produção, as condições de trabalho são geralmente precárias, especialmente em países em desenvolvimento, com salários baixos, carga horária excessiva, condições inseguras e, por vezes, permitem ainda a exploração infantil.
No final das contas, embora as roupas sejam baratas para quem consome, os trabalhadores e o planeta pagam caro.
Moda circular: uma alternativa consciente
Comprar menos, reusar mais. Essa é a ideia da economia circular, modelo econômico que visa manter produtos e materiais em uso pelo maior tempo possível.
Partindo desse princípio, a moda circular cria um ciclo contínuo onde as roupas são constantemente reaproveitadas, reduzindo os desperdícios e os impactos ambientais a longo prazo.
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